Avanços tecnológicos e mudanças no comportamento do consumidor, impulsionados pelos novos dispositivos e pela mídia, continuam a transformar o varejo.
O varejo é hoje um mercado cheio de inovações com as tecnologias que vêm surgindo, como pagamento sem contato, mobile commerce e Internet das Coisas, que prometem transformar a maneira como fazemos negócios. É um dos setores mais vibrantes para se trabalhar neste momento, muito embora esse foco em inovação não seja assim tão recente. A inovação e o varejo sempre caminharam de mãos dadas.
Tomemos o código de barras como exemplo. Há apenas sessenta anos, uma série de linhas em preto e branco prometia revolucionar a maneira como os varejistas daquela época gerenciavam seus estoques e atendiam aos clientes quando foi patenteado em 1952. No entanto, nem todos concordavam com isso. Varejistas mais céticos hesitaram em adotá-lo, pois pensavam que seria muito menos preciso do que se os funcionários da loja continuassem a colocar os preços manualmente nos produtos.
Assim, mais de 20 anos se passaram até que os varejistas dessem uma chance para o código de barras, com a primeira loja utilizando-o para escanear um produto há 40 anos, no dia 26 de junho de 1974, em Cincinnati, EUA. O primeiro produto escaneado – um pacote de balas mastigáveis chamado Wrigley’s Juicy Fruit – agora está exposto no Instituto Smithsonian, em Washington DC.
Os avanços tecnológicos e mudanças no comportamento do consumidor, impulsionados pelos novos dispositivos e pela mídia, continuam a transformar a cara do varejo atual. Abaixo estão mais nove invenções que revolucionaram a experiência de varejo ao longo dos últimos 40 anos e outras que acabaram de aparecer.
Marketplaces virtuais
Os consumidores compram em mercados há milênios. No Antigo Egito, os comerciantes se reuniam às margens do Nilo para aproveitar a passagem dos marinheiros e trocar produtos por grãos. A invenção da moeda foi, sem dúvida, um grande fator de mudança, mas a invenção da Internet há 25 anos talvez tenha tido o maior efeito sobre os negócios do varejo até hoje. Neste ano, mais de $1.5 trilhões serão gastos online por compradores do mundo inteiro e esses números tendem a subir. A enorme adoção da Internet para fazer compras foi, em parte, alavancada pelo desenvolvimento dos marketplaces que permitem que os varejistas vendam para todo o mundo, alcancem novos mercados e consumidores e compitam com players já bem estabelecidos no mercado. Na Rakuten, lançamos nosso primeiro marketplace, o Rakuten Ichiba, em 1 de maio de 1997. Os marketplaces estão ajudando os pequenos comerciantes online a nivelar o campo desse jogo, pois oferecem acesso a uma base de clientes infinitamente grande e toda a infraestrutura necessária para vender online.
Mídias sociais
Um dos mais recentes desenvolvimentos para mudar o mundo do varejo são as mídias sociais. Ao longo da última década, sites como Facebook, Twitter e Pinterest transformaram a maneira como os consumidores se comunicam com os comerciantes e como pesquisam o que querem comprar. Mais de 40% dos consumidores usam redes sociais para recomendar produtos, de acordo com nossa pesquisa interna. Além de influenciar as decisões de compra dos consumidores, as redes sociais oferecem aos varejistas a oportunidade de levanter opiniões sobre seus novos produtos e serviços. Desde que foi lançado em 4 de fevereiro de 2004, o Facebook alcançou o número de 1 bilhão de membros, o que prova claramente que as redes sociais vieram para ficar.
Mobile commerce
500 milhões de consumidores usarão um celular ou tablet para realizar uma compra este ano, o que deve representar $204 bilhões em vendas. Espera-se que esse número passé para $516 bilhões até 2017, quando o mobile commerce completará 20 anos de existência. Um telefone celular foi usado para fazer uma compra pela primeira vez em 1997, em Helsinque, na Finlândia, onde duas máquinas de Coca Cola foram configuradas para aceitarem pagamentos via SMS. Agora, o mobile começa a se tornar um canal cada vez mais importante para os varejistas interagirem com os consumidores, darem suporte, e venderem.
Big Data
A análise dos grandes conjuntos de dados pode parecer um desenvolvimento recente, impulsionado pelos avanços da computação, mas na verdade, ele existe há décadas. No varejo, o ‘momento Eureka’ chegou quando o supermercado Tesco lançou seu primeiro programa de fidelidade com cartão capaz de identificar padrões interessantes do comportamento do consumidor, em 13 de fevereiro de 1995. Quase 20 anos depois, os varejistas de todo o mundo agora são capazes de adquirir e analisar mais dados do que nunca, e os insights acumulados desses dados estão influenciando todos os aspectos dos negócios do varejo, desde as decisões de estoque até as ações de marketing e os layouts das lojas.
Internet das Coisas
A ideia de ter todos os objetos do dia a dia conectados com a Internet foi proposta por Mark Weiser em setembro de 1991 em um artigo da revista Scientific American. Vinte anos depois, a Internet das Coisas é uma realidade, com o mercado global de objetos conectados tendo alcançado faturamento de $1.9 trilhões no ano passado. Com mais objetos se conectando todos os dias, esse mercado espera alcançar $7.1 bilhões até 2020. Para os varejistas, a Internet das Coisas abrem uma enorme oportunidade para simplificar o gerenciamento do inventário e da cadeia de suprimentos, melhorar a experiência do consumidor nas lojas físicas, além de maximizar o valor pago pelo espaço da loja.
Beacons
Em 1994, pesquisadores da Ericsson inventaram um meio de conectar dispositivos móveis a acessórios, com wireless, o que posteriormente ficou conhecido por Bluetooth. Vinte anos depois, uma versão um pouco menos poderosa está sendo usada no Beacons para transmitir mensagens baseadas em localização para disponitivos móveis. Além de ajudar os comerciantes a atrair consumidores com ofertas e promoções, baseado na localização do cliente dentro da loja, o Beacons oferece aos varejistas riqueza de dados e novos insights de comportamento do consumidor que pode ajudar a tomar decisões inteligentes de estoque e layout da loja, por exemplo.
Checkout self-service
Inventado pelo Dr. Howard Schneider para reduzir os tempos de espera na fila do caixa, os primeiros caixas de auto-atendimento foram introduzidos em uma loja da Price Chopper em Clifton, Nova Iorque, em 1992. Mais recentemente, esse service em que o cliente escolhe seus produtos e faz o pagamento no caixa de auto-atendimento se tornou muito comum em muitos supermercados da América do Norte e Europa, tendo quadruplicado desde 2008. Até o final deste ano, estima-se que 430.000 caixas de auto-atendimento em lojas estarão em uso em todo o mundo. Nos EUA, acredita-se que esses caixas registrarão $1 trilhão de dólares durante 2014.
Drones
Veículos aéreos não tripulados são usados pelos militares há décadas, na verdade, o primeiro uso registrado remonta a 22 de agosto de 1849, quando balões carregados com explosivos foram enviados a Veneza. Agora, o mercado para o uso civil de drones está começando a decolar a medida em que as empresas consideram como eles poderiam ser usados para fazer entregas e prestar serviços importantes, como internet sem fio, para locais remotos. Para as empresas de varejo, os drones têm um enorme potencial para fazer entregas de forma mais rápida e mais barata. É por esta razão que espera-se que o mercado de drones possa chegar a $ 400 milhões até 2020.
Impressão 3D
Faz 30 anos desde que Charles Hull criou a primeira impressora 3D, em 1984. No entanto, a propagação foi limitada devido ao alto preço desse dispositivo. Com o preço das impressoras 3D começando a se tornar mais acessível e um número importante de patentes expirando neste ano, um número crescente de impressoras 3D começa a entrar no mercado. Isso oferece aos varejistas a emocionante perspectiva de produzir produtos personalizados sob demanda na loja, porém também existe a preocupação de que essas impressoras sejam usadas para produzir produtos falsificados. Para superar essa preocupação, os varejistas devem trabalhar lado a lado com os fabricantes para garantir que essas oportunidades serão exploradas ao mesmo tempo em que a propriedade intelectual é protegida.